Acabado de assumir o cargo de secretário geral da ANECRA, Roberto Gaspar confessa que “ainda vê a convenção do lado de fora” depois de vários anos a reservar a sexta feira para assistir a sucessivas edições da reunião magna da ANECRA. Três dezenas de anos no setor dão ao novo secretário geral da associação a capacidade de analisar aquele que considera ser “um dos maiores acontecimentos do mercado automóvel nacional.”
“Não obstante atualmente exercer funções como Secretário Geral da ANECRA, tudo é ainda muito recente e por isso mesmo continuo a olhar para a Convenção ANECRA como se ainda estivesse do lado de fora. Enfim, olho para a reunião magna da nossa Associação como se ainda fosse alguém que é “externo” á ANECRA.
A verdade é que me habituei, durante anos, a reservar aquela sexta-feira à tarde (normalmente em Novembro) para fazer uma pausa e marcar presença naquele evento que era um misto de Modernidade (fruto de algumas boas apresentações e bons profissionais que Integravam os Programas de sexta á tarde) com um certo conservadorismo, típico de uma Associação Empresarial. Um exercício muito interessante e que, olhando para esses dias por um prisma diferente, foi essencial para a forma como olho hoje para a ANECRA.
Ao mesmo tempo, aquelas sexta-feira eram onde me cruzava com pessoas das mais diferentes proveniências, tanto do ponto de vista geográfico, como na dimensão do negócio, ou ainda da origem da sua atividade: desde o dono da mais pequena Oficina aos Quadros das Grandes Gestoras, dos Importadores, da Seguradoras, entre outros.
A Convenção sempre foi, também, um local de encontros. Todos sabemos que será inevitável encontrar algumas caras conhecidas, sendo que muitas das mesmas só as encontramos, exatamente, neste tipo de eventos.”
Para Roberto Gaspar, as memórias da Convenção ANECRA, vão mais fundo e estão, claramente, interligadas às pessoas da Associação e, sobretudo aos rostos mais conhecidos da ANECRA.
“É verdade! É impossível na mesma recordação não ter juntos a Convenção ANECRA e algumas pessoas da Associação, nomeadamente, os mais antigos colaboradores. Falo do Alves Pereira, com quem fui construindo uma amizade sólida, sempre na sombra a garantir que as coisas funcionavam bem. Inevitável falar do meu antecessor, o Dr. Neves da Silva, o típico ‘Cicerone’, com a sua atitude de grande afabilidade. Muita bonomia e uma oratória tão própria que se chegava a confundir com a ANECRA .
Para mim, e acredito para muitos dos Profissionais do Mercado Automóvel a Convenção ainda é um dos dois ou três grandes acontecimentos do Mercado Português.
Enquanto novo Secretário Geral, não tendo, nem de longe nem de perto as aptidões de Grande Cicerone e de Grande Orador, como o meu antecessor tinha, espero nesta 30ª edição estar a altura e ter a capacidade de assegurar (não deixando de introduzir a renovação necessária) que esta esta marca fantástica que é a ‘Convenção ANECRA’ se mantenha durante bastantes mais anos.”
