Bosch | Vai além da eletrificação dos veículos: o hidrogénio terá papel a desempenhar

Bosch produz os sistemas dos camiões a hidrogénio da americana Nikola ©

A Bosch – que tem centro de inovação e duas fábricas em Portugal – apresentou esta semana a estratégia para o futuro da empresa. Na mobilidade, além de 5 mil milhões já investidos na eletrificação a empresa espera que o hidrogénio também faça a diferença. “Infraestruturas precisam-se”.

Muitos não sabem, mas a Bosch é um dos maiores gigantes mundiais da indústria automóvel, não pelos carros que produz, mas pelos vários sistemas que disponibiliza para as principais marcas mundiais, especialmente as alemãs. Daí que não seja surpresa que no evento que acompanhámos na semana passada com responsáveis da empresa, tenha surgido o anúncio: “já eletrificámos 2,5 milhões de veículos elétricos” (o ano passado venderam-se 3 milhões no mundo).

A Bosch já investiu 5 mil milhões de euros no que chama eletromobilidade, mas também se focou em melhorar os motores a combustão a nível de eficiência, tendo procurado alternativas de combustíveis, alguns sintéticos, mas também está a procurar usar o hidrogénio (de preferência produzido com energia renovável) como combustível para motores a combustão. “É uma possibilidade interessante, porque nem só de carros elétricos se irá fazer a mobilidade sustentável sem emissões diretas para a atmosfera”, explica-nos Heiko Weller, da Bosch.

Uma das particularidades dos motores elétricos é a simplicidade. “Por cada 10 pessoas que temos para sistemas diesel, temos três para sistemas a gasolina e só um para construir o sistema dos veículos elétricos”, revela.

Projetos de hidrogénio com autocarros e camiões

Dentro da eletrificação, que “é o caminho mais óbvio”, já os híbridos, híbridos plug in de alta voltagem, os 100% elétricos e o modelo que será, provavelmente, mais capaz para veículos maiores, os veículos elétricos fuel cell (células de combustível), movidos a hidrogénio – “é importante em todos estes casos que se use energia 100% renovável”, admite.

Os fuel cell “permitem maior facilidade e rapidez (imediata) de abastecimento e maior autonomia”. Existem já testes relevantes a decorrer, um numa joint venture com uma empresa na China que inclui centenas de autocarros a hidrogénio a circular e outro, com 12 camiões de serviço com módulos a hidrogénio no projeto europeu H2Haul. Nos Estados Unidos a Bosch trabalha diretamente com a Nicola, especializada nesse tipo de veículos. Ainda assim, há ainda menos infraestrutura de hidrogénio atualmente do que para carregar veículos elétricos, o que irá retardar sempre a dimensão da adopção do fuel cell ou dos veículos a combustão alimentados com hidrogénio.

Infraestruturas têm de disparar

Embora Heiko Weller admita que há cada vez mais veículos elétricos disponíveis no mercado e a evolução nos últimos 10 anos é impressionante, “ainda há muita discussão em torno da autonomia destes veículos, do seu custo elevado e das infraestruturas de apoio das quais estes veículos estão ainda mais dependentes”.

Nesse aspeto, admite que a autonomia e eficiência tem vindo a subir com a ajuda de mudanças no uso de semicondutores nessa área – os famosos chips, cuja escassez mundial é preocupação dos vários governos. “Atualmente a Europa tem já 250 mil locais de carregamento, mas para cumprir os objetivos do programa europeu Green Deal o responsável diz que terão de ser um milhão até 2023 (subida de 400%) e 3 milhões até 2030.

Fonte: Dinheiro Vivo

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