Produtor de bens eletrónicos diz que crise de chips poderá durar até “final de 2022”

A Flex, que está no centro das indústrias automóvel e de bens eletrónicos, acredita que crise de chips poderá durar até ao final de 2022 depois de os seus próprios fornecedores terem adiado as suas perspetivas.

A responsável de distribuição da Flex, o terceiro maior produtor de bens de consumo eletrónicos do mundo, veio este domingo afirmar que a escassez de chips poderá durar “de meados a finais de 2022”.

A declaração de Lynn Torrel, chefe de cadeias de distribuição da empresa, proferida ao Financial Times vem no seguimento de uma escassez global de chips. Na semana passada o CEO da Intel, Pat Gelsinger tinha já dito que a crise na oferta de microchips poderia durar “anos”.

Ao órgão europeu, Lynn Torrel explica que os fornecedores de materiais semicondutores (essenciais no fabrico de chips) terão alargado as suas previsões para o fim da escassez de materiais. “Com uma forte procura, a expectativa é de meados a fins de 2022, dependendo do componente em questão. Alguns podem ficar à espera até 2023”, disse ao Financial Times.

A Flex é o terceiro maior produtor de bens eletrónicos do mundo e está no centro das cadeias de distribuição das indústrias dos dispositivos médicos e fabrico de automóveis, entre outros.

A falta de microchips foi causada durante a pandemia pela crescente procura de bens de consumo eletrónicos como consolas de jogos e computadores, e levou já vários produtores automóveis a reduzir a sua produção, a reduzir custos e a reavaliar as suas redes de fornecedores.

A Tesla, por exemplo, chegou mesmo a ponderar comprar uma fábrica deste tipo de componentes, e a Intel vai construir duas novas fábricas no estado do Arizona, nos Estados Unidos com um investimento calculado de 20 mil milhões de dólares.

Crise de chips em “zona de perigo” com maior prazo de entrega

Outra executiva da Flex disse ao mesmo jornal que a crise levou algumas a ponderar seriamente as suas cadeias de abastecimento, que poderão tornar-se cada vez mais regionalizadas. Para além das fraquezas evidenciadas pela pandemia, também as taxas alfandegárias aplicadas à China, que fazem subir os custos de importação deste tipo de bens, está a conduzir as empresas à regionalização das suas redes de abastecimento.

Fonte: Jornal de Negócios

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