BCE prevê que escassez de semicondutores se mantenha a curto prazo

Economistas do Banco Central Europeu preveem que a escassez de semicondutores “vai persistir a curto prazo”, apesar de os principais fabricantes preverem aumentar a capacidade de produção e impulsionar as despesas de capital em quase 74% até final de 2021.

No boletim económico do Banco Central Europeu (BCE), publicado esta quinta-feira, os economistas dizem que “a complexidade e o tempo necessários para construir novas fábricas é tal que o vento contra a indústria persistirá ao longo de todo o ano”.

Depois do início da pandemia da Covid-19, as vendas de semicondutores para a indústria automóvel entraram em colapso a nível mundial no segundo trimestre de 2020, mas esta queda foi compensada pela forte procura de computadores e outros equipamentos eletrónicos devido ao teletrabalho e ao ensino à distância, de acordo com o relatório.

Ocorrida a recuperação global, a produção de semicondutores não era suficiente para satisfazer o aumento da procura da indústria automóvel.

Além disso, alguns acontecimentos adversos como incêndios e secas afetaram grandes fábricas e agravaram a escassez global de semicondutores, que é “grave” especialmente em empresas na Alemanha.

Cerca de 23% das empresas industriais da zona euro afirmaram que a falta de material ou equipamento é o principal fator que está a limitar a sua produção, de acordo com um inquérito da Comissão Europeia (CE).

Os efeitos da escassez de semicondutores são mais visíveis na indústria informática e de equipamentos eletrónicos, e na indústria automóvel, sendo esta última a mais atingida.

A produção automóvel mundial diminuiu 11,3% (1,3 milhões de veículos) no primeiro trimestre face aos últimos três meses de 2020. A produção automóvel na zona euro caiu durante quatro meses consecutivos até março de 2021 e ficou 18,2% abaixo do nível registado em novembro de 2020.

A escassez da oferta de semicondutores terá piorado no segundo trimestre e recuperará gradualmente no segundo semestre do ano, de acordo com economistas do BCE.

Por enquanto, os economistas consideram que há “provas muito limitadas” dos efeitos da escassez de semicondutores nos preços ao longo da cadeia de valor. Mas podem aumentar se a escassez de bens aumentar os preços a diferentes níveis da cadeia de abastecimento ou se as empresas tentarem passar os custos crescentes devido à baixa utilização da capacidade de produção.

Os preços ao consumidor subiram para os automóveis, enquanto o valor dos computadores caiu novamente.

O efeito ascendente da escassez de semicondutores sobre os preços pode vir com um atraso notável.

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