Mercado de Usados recupera em relação ao mês anterior mas continua -11% abaixo de 2020

O Standvirtual realizou um Webinar para apresentar o seu habitual barómetro do mercado automóvel. O evento online contou com o contributo de algumas figuras destacáveis do setor, tais como Licínio Santos (Diretor Comercial da Cofidis Portugal), Joaquim Silva (Diretor Operacional da Cardan), Miguel Ortigão (responsável de usados da AutoSueco) e António Cavaco (Diretor Económico Estatístico da ACAP), além do Nuno C. Branco (Diretor Geral do Standvirtual). O webinar teve como principal objetivo divulgar os números e analisar alguns dos temas mais relevantes do mercado automóvel, como a digitalização dos processos e a retoma do setor após a crise da falta de produto (novos e usados) no mercado.

Licínio Santos, Diretor Comercial da Cofidis Portugal), focou a adaptação ao digital e o facto de que “os comerciantes de automóveis tiveram uma evolução positiva e têm dado continuidade a esse bom desempenho. É importante não haver um retrocesso no investimento que fizeram na digitalização, até porque a exigência dos consumidores não sofreu nenhuma alteração, mas continua a evoluir”, acrescentando que tal lhes permite “passar de uma montra regional para uma montra nacional”. Também ao nível do crédito, “no processo de financiamento temos uma percentagem que ronda os 60% de operações de crédito que são full digital, desde os dados à assinatura”.

Relativamente às moratórias e eventual entrada de carros no mercado por esse motivo, Licínio Santos menciona que é impossível prever, pois anteriormente também foram feitas previsões que depois foram influenciadas por sucessivos prolongamentos e regresso à estabilidade e ao emprego. “Neste momento os registos que temos por incumprimento estão em linha com o passado e com o período de pré-pandemia”, acrescentando ainda que “concedemos hoje mais financiamento do que no primeiro semestre de 2020”.

O Diretor Operacional da Cardan, Joaquim Silva, menciona no período de reabertura após o confinamento deste ano, “tanto as organizações como os consumidores estavam mais preparados para a nova forma de fazer negócio. Por isso, julho e agosto foram mais em linha com os meses anteriores do que no ano passado, no qual se registaram picos. Em agosto começámos a sentir os efeitos da falta de stock, efeito da crise dos semicondutores, que já teve efeito em algumas marcas do nosso portfolio”. Sobre a retoma, refere que “é difícil dar cenários quando as perspetivas das marcas são diferentes. O que sabemos é que, até ao final do ano, serão meses conturbados em algumas marcas, mas outras ainda têm stock disponível, o que constitui para elas uma oportunidade, tal como para o mercado de usados”.

Segundo Miguel Ortigão, responsável de usados da AutoSueco, as dificuldades foram menos sentidas por esta entidade: “Nos primeiros oito meses conseguimos crescer nos seminovos (nós operamos sobretudo nos seminovos, com os programas de marca), e sabemos que vamos superar 2019 e 2020, que foram anos ótimos. Falando dos novos, beneficiamos de um bom momento das marcas que operamos e prevemos fazer um ano melhor que 2019”. Ao contrário do que acontecia antes, refere ainda que “neste momento os anúncios de novos que temos no Standvirtual são os com melhor performance em termos de contactos”.

Por fim, Pedro Soares, Diretor Comercial do Standvirtual, sublinha que agosto foi um mês de grande atividade, com “clientes a mencionar que foi o melhor mês em termos de vendas”, apesar de existir uma tendência de o “comércio médio e pequeno encerrar portas nestes meses de verão, por um lado por causa das férias, por outro para manter os stocks, sabendo que se venderem carros agora depois se irão abastecer mais caro”. Pedro Soares menciona ainda que os clientes que trabalham com rent-a-cars já estão neste momento a receber mais carros, mas que o aumento dos preços do abastecimento estão a subir, portanto há que esperar a subida de preços para o consumidor final.

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