Inflação em dezembro é a mais elevada desde 2012

Inflação em dezembro é a mais elevada desde 2012

Os 2,8% estimados pelo INE para a taxa de variação homóloga do índice de preços no consumidor em dezembro marcam o valor mais elevado desde setembro de 2012. Ainda assim, o fenómeno em Portugal fica muito longe do verificado noutras economias ocidentais.

A taxa de inflação em dezembro deverá ser a mais elevada desde setembro de 2012, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta segunda-feira. Os 2,8% estimados para o último mês de 2021 representam uma subida em relação aos 2,6% do mês passado e significariam que o país terminaria o ano com 1,3% de aumento no índice de preços no consumidor, a maior variação desde o início de 2018.

Removendo a volatilidade dos produtos energéticos e alimentares, a variação de preços, ou inflação subjacente, avançou 1,8%. Em novembro, este indicador havia sido de 1,7%.

Ainda assim, o principal motor desta subida, os produtos energéticos, registaram um ligeiro abrandamento em relação ao verificado no mês anterior. Em novembro, a variação homóloga destes produtos havia sido de 14,1%, ao passo que em dezembro se ficou pelos 11,2%.

Apesar de ainda menos expressiva do que em muitas outras economias ocidentais, a subida de preços em Portugal começa a fazer-se sentir, mostram os dados do INE. Em termos comparativos, a inflação em dezembro em Espanha chegou aos 6,7%, algo não registado desde 1992 e um valor consideravelmente superior ao português.

Para 2022, a expectativa dos economistas ouvidos pelo JE é que o fenómeno se mantenha durante alguns meses, perspetivando-se uma trajetória descendente a partir da segunda metade do ano. Filipe Garcia, presidente da IMF – Informação e Mercados Financeiros, considera que “em 2022, a maior parte destes fatores [que pressionam os preços] serão ainda válidos”, mas reconhece a possibilidade de que, “algures na transição do primeiro para o segundo semestre, se note uma mudança na qual os stocks em trânsito cheguem ao mercado, originando um excesso de oferta, deprimindo os preços”.

“Um outro fator importante será a dinâmica dos preços da energia, que são a maior causa do aumento da inflação total na zona euro neste momento”, acrescenta Francesco Franco, economista e professor na NOVA SBE.

Fonte: Jornal Económico

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