Nova lei das garantias preocupa o setor do comércio automóvel

Nova lei das garantias preocupa o setor do comércio automóvel

O Standvirtual realizou um Webinar para apresentar o seu habitual barómetro do mercado automóvel. O evento online contou com o contributo de Miguel Vassalo (Country Director Autorola Group); Nuno Silva (Presidente APDCA); Sofia Cruz (Diretora Geral Gras Savoye NSA); Maria Neffe (Departamento Económico Estatístico ACAP); além de Daniel Rocha (Diretor de Estudos e Planeamento do Standvirtual), Pedro Soares (Diretor Comercial do Standvirtual) e Nuno C. Branco (Diretor Geral do Standvirtual). O webinar teve como principal objetivo divulgar os números e analisar os temas mais relevantes do mercado automóvel em 2021.

Sobre o recente prolongamento das garantias de dois para três anos, ainda que o período possa ser reduzido por comum acordo no caso dos usados, Sofia Cruz, Diretora Geral Gras Savoye NSA, refere que “o grande problema desta lei é que não faz a distinção de bens novos e de bens usados. Nesse sentido, a nossa opinião é que está desajustado à realidade socioeconómica do nosso país no caso dos usados. Por exemplo, em Espanha vai vigorar uma garantia para os usados de 12 meses. Em Portugal, o nosso legislador decidiu ir para além da diretiva europeia”. Tal pode impactar o preço final da viatura, ao qual o vendedor vai alocar este cálculo de forma a “não penalizar margens e rentabilidade”.

Para Nuno Silva, Presidente APDCA, “2021 foi um ano desafiante e o setor tomou medidas de forma rápida”, no entanto “há problemas como a covid-19, dificuldades com o IMT, a implementação de uma nova lei de garantias que não regulamenta os usados, nomeadamente os automóveis. Já trabalhamos para melhorar a transparência na venda de viaturas. Os governantes tem de ouvir as entidades do setor antes de implementarem regras. O setor automóvel é constituído por pequenas e médias empresas e estas tem de se adaptar a realidades que até as grandes empresas têm dificuldades”. Destaca ainda a importância de uma “voz no setor”, apelando às associações que alinhem as mensagens e às empresas que se juntem às associações.

Já a análise anual de Miguel Vassalo, Country Director Autorola Group, indica que “a nível de volume de stock começámos o ano de forma razoável e a partir de abril sentimos uma quebra pronunciada no mercado. Em setembro chega uma fase de estabilidade, em que não recuperámos mas a queda não se acentuou. Os preços começaram a subir a partir de abril até setembro, quando estabilizaram. Há um desfasamento na casa dos 90 dias para a repercussão do preço mais alto dos leilões no mercado. Iremos ver no final deste ano uma recuperação da situação, com os preços a descer ao longo dos próximos meses”, referindo por fim que o mercado tem de otimizar os recursos e oportunidades da melhor forma.

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