Depois da Stellantis, Volvo abandona ACEA

Depois da Stellantis, Volvo abandona ACEAJim Rowan, CEO da Volvo

A Volvo não se revê nas posições tomadas pela Associação Europeia de Construtores de Automóveis (ACEA). Na base do diferendo estarão as críticas da associação ao fim dos motores a combustão em 2035.

Depois do anúncio, em meados de Junho, da saída da Stellantis da Associação Europeia de Construtores de Automóveis (ACEA), que terá efeito no fim deste ano, eis que surge outro rombo neste grupo de lobby que visa proteger os interesses dos fabricantes europeus de veículos. Agora é a Volvo que anuncia a saída da ACEA em finais de 2022, sendo provável que a sangria não termine por aqui.

Perante a forma crítica como a ACEA reagiu à decisão dos 27 países da União Europeia (UE), de banir a comercialização de veículos equipados com motores de combustão emissores de CO2 a partir de 2035, a Volvo considera que a sua estratégia para o futuro não está mais alinhada com as directrizes da associação do sector. Este construtor sueco anunciou já que, a partir de 2030, apenas irá vender modelos equipados com motores eléctricos, pelo que dificilmente alinhará no combate às decisões da UE.

Ainda antes de serem aprovadas as medidas que visam banir os veículos com motores de combustão em 2035, já a ACEA tinha vocalizado as suas preocupações e críticas à regulamentação que então estava em cima da mesa, solicitando uma suavização das medidas. Essencialmente, pedindo mais tempo para os construtores se adaptarem. Mas dentro da ACEA, esta postura que pretendia manter em produção os actuais motores de combustão  – evitando assim que os fabricantes se vissem obrigados a realizar maiores investimentos na mobilidade eléctrica – começou a ser contestada por alguns membros de peso. Referimo-nos aos grupos Volkswagen, Mercedes e Ford, que apoiaram as propostas de Bruxelas.

Com o anúncio do abandono da ACEA, a Volvo emitiu um comunicado em que afirma que os seus “objectivos não estão alinhados com a posição defendida pela ACEA, nem a forma como estão a trabalhar nesta fase, pelo que é preferível seguir um rumo diferente por agora”. Acrescenta ainda que “a forma como agimos como sector vai desempenhar um papel significativo na capacidade do planeta em lutar contra as alterações climáticas”.

Tal como a Stellantis, que prometeu continuar activa através do seu novo Freedom to Mobility Forum, após a sua saída da ACEA em Dezembro, também a Volvo, através do seu CEO Jim Rowan, já admitiu estar “na disposição de se associar a um novo grupo que represente construtores com posições mais positivas em termos de clima”.

A ACEA, pelo seu lado, continua a prometer “manter uma voz forte na defesa dos interesses dos construtores europeus de veículos”. Com a saída da Volvo e da Stellantis, que é o 2.º maior grupo automóvel europeu, resta conhecer as posições do 1.º e do 3.º maiores grupos, respectivamente VW e Renault, sobre esta matéria. Sendo que ambos estão comprometidos com a mobilidade eléctrica.

Fonte: Observador

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