Nova versão do Apple CarPlay deixa indústria automóvel preocupada

Nova versão do Apple CarPlay deixa indústria automóvel preocupada

O Software ligado ao iPhone do condutor pode substituir todos os interfaces do veículo e vir a cobrar por serviços extras.

A Apple apresentou recentemente a nova versão do CarPlay, o seu software de infoentretenimento para automóvel, o qual está a causar algum ceticismo e desconforto junto da indústria.

Se, por um lado, o interface desenvolvido pela empresa californiana parece ser muito valorizado pelos compradores de novos automóveis, o que leva os construtores a querer incluí-lo na lista de equipamento, por outro, o facto do novo sistema assumir o interface em todos os ecrãs, através de uma versão digital alimentada pelo iPhone do condutor, parece deixá-los inquietos.

Para além do necessário controlo sobre os sistemas do veículo que a nova versão do CarPlay exige, a componente económica em torno do fornecimento de serviços também parece deixar a indústria automóvel pouco entusiasmada com o software da Apple.

Os construtores enfrentam agora uma decisão difícil: disponibilizar o CarPlay e abdicar de potenciais receitas e da oportunidade de levar a cabo uma grande mudança na indústria, ou investir fortemente para desenvolver o seu próprio software de infoentretenimento e prescindir dos clientes para quem o sistema da marca da maçã é imprescindível?

Segundo um relatório da consultora McKinsey, citado pela CNBC, estima-se que o mercado de software automóvel terá um crescimento de 9% até 2030, altura em que poderá estar a valer 50 mil milhões de dólares. Não é, portanto, de estranhar, que todos queiram a sua fatia deste bolo, a Apple incluída.

Na apresentação da nova versão do CarPlay, a marca liderada por Tim Cook deu a entender que a indústria automóvel está muito entusiasmada com o software, mas talvez não seja bem assim.

Para a Apple, a evolução do CarPlay pode vir a traduzir-se numa enorme fonte de receitas, a partir do momento em que a empresa começar a cobrar por serviços especificamente desenvolvidos para veículos, tal como já o faz com as aplicações disponíveis na App Store.

Já os construtores automóveis representam o reverso da medalha nesta equação. Se os ecrãs dos automóveis acabarem por exibir não os seus próprios softwares, mas o interface da Apple, então terão menos capacidade de vender serviços aos seus clientes.

Fonte: AWAY

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