Autocaravanas novas vão pagar mais 10 mil euros ao Estado, em média

Autocaravanas novas vão pagar mais 10 mil euros ao Estado, em média

Subida do ISV poderá levar a um custo extra de 600 mil euros para os comerciantes que absorverem o acréscimo fiscal, segundo um estudo apresentado no Parlamento.

Autocaravanas novas vão pagar mais 10 mil euros ao Estado, em média – sem contar com o IVA de 23% -, caso o agravamento da incidência do Imposto Sobre Veículos (ISV), de 30% para 100%, para aquelas viaturas obtenha luz verde do Parlamento na votação final global, cuja data ainda não está definida. Pela primeira etapa a proposta do governo já passou: na sexta-feira, dia 17, foi aprovada na generalidade apenas com os votos favoráveis do PS.

Procura por autocaravanas em Portugal bate recordes

PCP, BE e Chega votaram contra, enquanto PSD, IL e PAN abstiveram-se. Com maioria absoluta socialista, a aprovação final é garantida, a menos que o partido do governo decida alterar o documento.

O impacto negativo da subida do ISV, que é cobrado quando se compra um veículo novo, no negócio do autocaravanismo e nos setores a ele associados, nomeadamente a restauração e o turismo, consta de um estudo a que o DN / Dinheiro Vivo teve acesso e que é apresentado nesta quinta-feira, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças. Esta audição vai dar o pontapé de partida para o debate, na especialidade, da proposta do executivo.

Helder Pedro, secretário-geral da ACAP, resume ao DV as principais conclusões obtidas do inquérito ao qual responderam mais de três mil associados: “Neste momento, em média, um cidadão que compre uma autocaravana paga de ISV cerca de três mil euros, com o agravamento do imposto, tal como está, esse valor vai aumentar em mais de 10 mil euros”.

“Para os comerciantes, estima-se um custo adicional que poderá rondar os 600 mil euros caso decidam absorver esse aumento no preço a cobrar ao cliente final”, revela ainda Helder Pedro com base no estudo realizado. Segundo o inquérito, “as encomendas confirmadas pelas empresas a receber em 2023 para vendas e aluguer ascende a mais de 12 milhões de euros e o impacto médio no preço destes veículos é de pelo menos 15%”. O mesmo documento concluiu que “as empresas são incapazes, num curto espaço de tempo, de encontrar soluções de financiamento para matricular o stock que possuem dentro de portas pela alteração súbita da legislação associada ao ISV”. Por isso, Helder Pedro considera “excessiva esta mudança na cobrança do imposto, que passa de 30% para 100%”, e pede aos deputados que “discutam outras formas de redução do benefício sem prejuízo para um setor já tão afetado pela pandemia e pela crise dos semicondutores e matérias-primas”.

Autocaravanistas apoiam restaurantes e comércio local

Em termos ambientais, o estudo indica que “mais de 80% dos utilizadores apenas realizam até 10 mil quilómetros por ano, normalmente em períodos de fins de semana e férias, não estando em filas de trânsito”, o que demonstra que o autocaravanismo é menos prejudicial para o meio ambiente do que outros setores.

Do ponto de vista do comércio local, a ACAP alerta para “a perda de receita caso o futuro do autocaravanismo seja posto em causa”. O inquérito realizado aponta que a grande maioria (78%) dos caravanistas gasta, em média, por dia e por cada pessoa, entre 11 e 50 euros, sem contar com o combustível. A maior parte das despesas é feita em restaurantes e comércio local, de acordo com o mesmo estudo.

Texto original escrito pelo site Dinheiro Vivo

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