Enérgica em Portugal. Experiências em tons de verde

Enérgica em Portugal. Experiências em tons de verde

A eletrificação deu mais um passo no ‘universo’ nacional das duas rodas. A Moteo passa a importar e distribuir a Enérgica em Portugal, com uma gama que promete cativar paixões. Além disso, este é um novo modelo de negócio para a marca italiana que forneceu em exclusivo o Mundial de MotoE.

Na primeira vez que a Central Tejo abriu as portas a veículos motorizados, a Enérgica levou forte carga positiva à Sala dos Geradores, onde os responsáveis da Moteo revelaram planos e ambições. Conhecer em detalhe os quatro modelos da gama foi o ponto mais atraente de cardápio que começou com um prato exclusivo para MotoX.pt.

Uma conversa com o Country Manager da Moteo Portugal que junta assim a Enérgica à Suzuki, SYM, Peugeot, Brixton e Super Soco num catálogo cada vez mais atraente. Eduardo Alão revelou o porquê de uma aposta diferente e desafiante, mostrando confiança na evolução do mercado de veículos elétricos. Uma conversa naquela que foi a primeira ‘fábrica de eletricidade’ de Portugal, no início do século XX, e a maior central elétrica do País até cerca de 1950 quando a hidroeletricidade ganhou ascendente definitivo sobre a produção a partir do carvão.

Enérgica em Portugal

Agora, num novo ‘momentum’ da energia elétrica, cada vez mais importante no panorama da mobilidade e transportes a nível global, fomos acolher a entrada da Enérgica em Portugal. A marca que promete várias revoluções… eletrizantes.

O que é a Enérgica?

A pergunta, direta e simples, na procura de uma resposta esclarecedora, serviu como uma espécie de desbloqueador de conversa. Um aperitivo servido na primeira pessoa, por quem está à frente dos destinos da Enérgica em Portugal. Eduardo Alão, CEO da Moteo, apresenta a empresa como “um ‘spinoff’ da CRP Racing, casa ligada à competição desde os anos ’70, que depois de competir com motores de combustão, decidiu investir na parte elétrica. Inicialmente sob o nome CRP Technology para depois decidir apostar num produto genuinamente elétrico”. Assim nasceu a Enérgica que a Moteo agora traz para Portugal.

Aposta que reforça a presença no sector de uma empresa que “já estava no elétrico com uma marca essencialmente focada na mobilidade (Super Soco)”. No entanto, “é importante ter o topo de gama da tecnologia, com alguém que está a desenvolver tecnologia própria. Uma marca que está a traçar o seu próprio caminho e não a utilizar componentes desenvolvidos por outrem. Com uma grande inovação e elevada capacidade tecnológica como é o caso da Enérgica”.

Marca que chega ao nosso País com um modelo de negócio diferente do que pratica na maior parte da Europa. A Moteo Portugal será um dos poucos importadores nacionais da marca transalpina pelo que procuramos saber quais as implicações geradas por essa diferença. Antes de mais, explicar que, segundo o responsável pelo mercado português, Lorenzo Mele “esta estratégia surge como consequência, em primeiro lugar, do distanciamento físico da própria fábrica. Por outro, foi levado em conta o conhecimento do mercado nacional por parte da Moteo”. O International Account Manager para o mercado nacional reconheceu ainda que sendo “um segmento de nicho, as expetativas deverão refletir isso mesmo, sendo muito ponderadas. Sobretudo num primeiro ano que serve essencialmente para mostrar a marca ao mercado”, rematou o italiano.

Enérgica em Portugal a estrear modelo de negócio

Por seu turno o CEO da empresa aveirense sublinha que, para o importador lusitano, “não apresenta qualquer implicação significativa porque é o modelo de negócio tradicional desta empresa. Para a Enérgica, depois de uma fase inicial de lançamento da marca, em que apostaram essencialmente em concessionários próprios por toda a Europa, começam a ficar no limite para conseguir trabalhar com todos os concessionários diretamente. E tornou-se necessário começar a fazer uma mudança para um modelo de negócio mais sustentável. Que passa por ter um importador em cada país, ou pelo menos em alguns países. Um importador que conheça e saiba gerir esse mercado local e consiga as melhores soluções para a comercialização da marca”, sublinhou Eduardo Alão.

O responsável máximo da Moteo garante que não sente tratar-se de uma cobaia, uma experiência de mercado, antes “o início da alteração do modelo de negócio. Isto é algo que gera, também por parte do importador, algumas perspetivas para trabalhar a marca de um modo um pouco diferente”.

Enérgica em Portugal

A começar pela rede de distribuição em solo português. Que “não será uma rede de concessionários, mas sim uma rede de agentes. Primeiramente começando por Lisboa e avançando, ainda durante este ano, com um agente no Porto. Depois, de acordo com a procura por parte do mercado nacional, será ponderado o crescimento. No entanto, uma coisa é certa. Cada um dos pontos de comercialização, isto é cada agente, terá de ser rentável ‘de per si’. Não pode ser apenas mais um ponto de venda que, depois, não consiga dar o serviço que queremos proporcionar ao cliente de uma Enérgica…”

Garantia de qualidade máxima

Uma explicação mais detalhada com a definição da loja tipo que “tem de conseguir dar ao cliente um elevado nível de serviço. Isto nas vendas como no pós-venda ou ao nível de stock. Mas também na capacidade de mostrar, explicar e testar o produto, ao nível do que é exigível por um cliente que vai comprar um produto topo-de-gama”.

Uma gama de quatro modelos que já está inteiramente disponível em Portugal, ou melhor, no agente da marca em Lisboa: a Watt Moving. Mesmo a tão desejada Enérgica Experia, a primeira ‘green tourer’, que “apesar de alguns atrasos na produção, devido a falhas na entrega de componentes ao fabricante, está com a produção normalizada”. E há mesmo algumas unidades já encomendadas para o mercado nacional para stock dos agentes.

Produto que tem despertado muitas expetativas de potenciais clientes, mas que, ainda assim, não permite perspetivar números concretos de vendas. Assim sendo, “existe uma ideia do que é possível fazer no mercado nacional, mesmo sabendo que estamos a falar de um produto de valor elevado. Aliás, por isso mesmo, estão a ser criadas algumas soluções de financiamento. Entretanto, tudo somado, existe a natural esperança de fazer um número de unidades razoável dentro do que é expetável”. Algo que, em termos concretos, deverá andar entre as 10 e 20 unidades no ano de arranque.

A primeira Green Tourer

Volume que deverá assentar sobretudo na grande novidade da gama, a Experia, o primeiro modelo equipado com novo motor EMCE, resultante da parceria entre a Enérgica e a Mavel. Trata-se de um motor híbrido síncrono (HSM) do tipo PMASynRM, ou seja, motor de relutância magnética assistido por ímanes permanentes. Motor refrigerado a líquido, trifásico, com tensão de operação de 300 V, e que vai até às 12.000 rpm. E que conta com inversor integrado e desenvolvido em conjunto, o que permite um permanente controlo adaptativo.

Na prática significa que o inversor consegue selecionar os parâmetros ideais para assegurar um funcionamento mais eficiente em cada momento. Isto considerando a necessidade de binário, rotação do motor, modo de operação, temperatura do sistema entre outros fatores. Em suma, este motor apresenta menos peso, maior potência, menor aquecimento e maior autonomia. Para que perceba melhor a evolução, refira-se que entre o primeiro protótipo e a versão final da Enérgica Experia foi conseguida uma redução de peso de 35 kg.

Com uma potência nominal de 80 cavalos e um binário de 115 Nm, a Experia acelera dos 0 aos 100 km/h em 3,5 segundos e atinge a velocidade máxima (limitada) de 180 km/h. Por certo um modelo mais racional, desenvolvido para cativar potenciais clientes oriundos das motos com motor de combustão interna. Desde logo pela autonomia até 420 km e uma autonomia homologada de 222 km mas também pelo preço a partir de 29.213 €. Com sistema de carregamento rápido de série, a primeira Green Tourer consegue recuperar 80% da autonomia em 40 minutos de carga.

Elevada carga tecnológica

Isto além de estar dotada das mais recentes tecnologias em termos de comportamento dinâmico, com Unidade de Medição Inercial (IMU) da Bosch. Não só permite instalação do ‘cornering ABS’, bem como contribui para uma experiência de condução mais completa. Por outro lado, não faltam 4 modos de utilização pré configurados (Eco, Urbano, Chuva e Desportivo), 4 modos de travagem regenerativa e 6 modos de controlo de tração.

A elevada carga tecnológica contempla ainda os sistemas Keyless (chave à distância) e Ride-by-Wire (acelerador eletrónico), painel TFT, e-ABS e ‘assistência parque’. Que ajuda nas manobras a baixa velocidade, até 3,5 km/h, nos dois sentidos.

Tudo apoiado no VCU (Vehicle Control Unit) verdadeiro cérebro de todo o veículo que é sistema exclusivo e patenteado pela Enérgica. Assim, a bateria, inversor, carregador, motor e sensores são constantemente monitorizados e geridos pela VCU, capaz de gerar mais de 1,1 milhões de linhas de código.

Gama para todos os gostos

Mais conhecido é o modelo Ego+, base da máquina que correu no Mundial de MotoE nas últimas temporadas, com potência nominal de 149,6 cv (171,4 cv de pico) e 222 Nm de binário. Com velocidade máxima limitada eletronicamente a 240 km/h, tem capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em 2.6 segundos. Por fim, tem autonomia homologada de 194 km (que pode ir até aos 420 km), carregamento rápido de série e pode ser equipada com o Kit Corsa Cliente para uso exclusivo em pista, aumentando o valor para lá dos 33.466 € da versão de série.

Especificações idênticas tem a Eva Ribelle que, por adotar uma configuração naked, tem velocidade máxima limitada a 200 km/h e um preço mais interessante: 31.573 €. Contudo, o modelo de acesso à gama é a EsseEsse9+ (a partir de 29.076 €) com potência nominal de 109 cv e binário de 207 Nm. Apesar de ter a velocidade limitada a 200 km/h, atinge os 100 km/h em 2,8 s. Agora, é só escolher…

Texto original escrito pelo site Motox.pt

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