Em 2022, mais de dois terços das matrículas novas em Portugal foram atribuídas a carros usados importados.
Quando olhamos para os números crescentes de carros usados importados, podemos fazer uma ligação com o nosso Portugal ser também o destino favorito daqueles que pretendem mudar de país para desfrutar da reforma.
Portugal surgiu em primeiro lugar, à frente de países como o México, Tailândia, Panamá, Costa Rica, Espanha e Grécia, nesse ranking feito anualmente pelo website Internacional Living — o 2023 Annual Global Retirement Index.
Eu sei. Não é habitual ver Portugal a liderar rankings internacionais pelos melhores motivos — há muito que perdemos esse hábito. Infelizmente, noutros rankings igualmente importantes o cenário é desolador.
Portugal dos carros usados importados
Não são só os estrangeiros que encontram em Portugal o local ideal para a reforma. Portugal é também um dos destinos prediletos dos carros que os europeus querem reformar.
Os números da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) não deixam margem para dúvidas: em 2022 foram matriculados em Portugal um total de 104 908 veículos ligeiros de passageiros usados importados.
Ou seja, mais de dois terços das matrículas novas foram atribuídas a carros usados importados.
A pior parte desta equação é que, em média, os automóveis usados importados que estão a entrar em Portugal têm sete anos. Estamos a deixar envelhecer cada vez mais o parque automóvel português.
As marcas premium alemãs são as prediletas dos portugueses na hora de importar.
Há reformas que não podemos adiar, e a reforma do setor automóvel nacional é uma delas. Por motivos ambientais e económicos — motivos que, como sabemos, são indissociáveis.
É importante ter presente que, em 2021, o setor automóvel foi responsável por gerar 4,4 mil milhões de euros na economia portuguesa. E que gerou um volume de exportações que ultrapassou os oito mil milhões de euros. Estamos a falar de um tecido empresarial com quase 24 mil empresas que empregam mais de 150 mil trabalhadores.
Texto original escrito pelo site Razão Automóvel
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