BYD Dolphin Comfort. Compacto mas com espaço para tudo
A primeira sensação na experiência com um BYD Dolphin Comfort é que é compacto, circula bem entre caminhos estreitos e sinuosos das cidades e é suficientemente económico (uma m´dia de 15 kW nos testes feitos) para uma utilização semanal sem necessidade de recarga.
Mais. Experimentámo-lo numa viagem maior em estrada nacional, sem exageros na aceleração e velocidade e o consumo de energia esteve de acordo com os cálculos iniciais, ou seja, tem uma autonomia real de cerca de 400 km em estrada e supera os 500 km em cidade com a capacidade de regeneração. Sobre o preço final não somos tão otimistas. Os mais de 35 mil euros da versão Comfort não é um valor em conta, e tem concorrentes com preço melhor. Ainda assim a tecnologia e as ajudas à condução são atributos que permitem elevar a fasquia para os condutores mais exigentes.
O Dolphin é vendido em três versões e experimentámos a mais completa, a versão Comfort. Nesta análise comecemos por aquilo que suscita maior curiosidade e que é a autonomia e o tempo de carregameto. Falámos da autonomia que com a bateria carregada a 100% indica 420 km e que se bem conduzido, sem acelerações bruscas e sem exceder os limites legais de velocidade, é possível atingir em estrada, não prescindindo de outros requisitos como o ar condicionado. O carregamento é feito em pouco mais de cinco horas em AC, mas pode levar 30 minutos se for num carregador rápido, pois a bateria permite uma potência máxima de carregamento de 85 kW. Na estrada não é um acelerador nato, pois não foi construído com esse objetivo e a aceleração dos 0 aos 100 km/h é feita em 7 segundos, com uma potência máxima de 150 kW, ou seja, o equivalente a 204 cv, um valor suficiente para fazer ultrapassagens rápida em estrada nacional.
O interior tem tudo o que se pode esperar de um automóvel de família, incluindo muitos botões físicos, uma exigência constante dos consumidores. Claro que a marca tinha de inovar e os referidos botões não estão onde habitualmente os esperamos, ou seja, na consola central, mas antes no tabliê, por baixo do ecrã rotativo e, nos primeiros instantes, é preciso algum grau de habituação para se perceber onde está cada um dos comandos mas, rapidamente, fica completa a aprendizagem. O veículo tem algumas opções que podem desagradar como seja o fecho automático dos vidros sempre que se liga ao ar condicionado, o que pode gerar algum incidente, ou a impossibilidade de tomar algumas decisões na condução quando se está a fazer determinado tipo de manobras, nomeadamente o arranque de um estacionamento. Isto é algo com que o proprietário rapidamente se irá habituar. Fora disso o veículo tem um conjunto excelente de ajudas à condução, nomeadamente a retificação da condução sempre que o veículo se aproxima da linha divisória da estrada, ou a paragem repentina sempre que o condutor deixa o veículo aproximar-se perigosamente do carro que o antecede. O interior do veículo é espaçoso, o que é uma boa noticia perante a concorrência. E a mala não é muito afetada por se dar mais espaço aos bancos traseiros. As saídas de ar condicionado estão centradas na frente e são suficientemente potentes para manter o veículo com boa temperatura em todo o interior. O ecrã é suficientemente intuitivo em termos de infoentretenimento, o que é uma característica da BYD, independentemente do valor do veículo.
No interior há dois ecrãs que permitem ativar todo o tipo de funções e dão todas as informações, com o ecrã mais pequeno a dar todo o tipo de dados sobre o veículo, talvez até um pouco insistente de mais, à semelhança dos avisos sonoros que são constantes e que se podem tornar incomodativos. Falamos do controlo constante que o veículo faz à atenção do condutor, ou seja, um movimento de cabeça para conversar para o lado ou um movimento para ver algo no exterior e somos, de imediato, bombardeados com avisos e sinais a exigir a correção.
O Dolphin não impressiona pelo luxo ou sofisticação, mas antes pela conceção com o objetivo de uma vida longa dos materiais. Plásticos e tecidos de qualidade e equipamento suficientemente testado. Teto panorâmico e câmaras de 360 graus ajudam no controlo do veículo, nas manobras e, muito em particular, nos circuitos citadinos apertados.
No exterior o destaque vai para as jantes em liga leve tricolores de 17 polegadas, os faróis em LED e automáticos, as luzes de circulação diurna em LED, os espelhos exteriores retráteis e aquecidos e ainda a luz de cortesia nesses mesmos espelhos.
Ficha técnica
BYD Dolphin Comfort
Potência máxima cv/kW: 204/150
Binário máximo: 310 Nm
Aceleração dos 0 aos 100 km/h: 7 segundos
Velocidade máxima: 160 km/h
Autonomia combinada: 427 km
Consumo combinado: 15,9 kWh/km
Carregamento rápido até 88 kW dos 30% a 80%: 29 minutos
PVP desta versão: 35.695 euros
Vítor Norinha (vnorinha@gmail.com)
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