ANECRA Revista 395: Artigo de opinião Roberto Gaspar

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Setor Automóvel Contribui com 10 Mil Milhões e Pede Maior Apoio Político

O setor automóvel português reafirma a sua posição como pilar essencial da economia nacional, gerando 165 mil empregos e representando cerca de 18% das receitas fiscais do Estado. Segundo Roberto Gaspar, Secretário-Geral da ANECRA (Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel), o setor deverá contribuir com quase 10 mil milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB) e para o equilíbrio das contas públicas em 2024.

O responsável da ANECRA alertou para uma perceção política que, segundo ele, negligencia o panorama geral do setor. "Só em 2024, o setor exportou quase 10 mil milhões de euros, um contributo essencial para o PIB e para o equilíbrio das contas públicas", sublinhou Roberto Gaspar.

A crítica da associação centra-se na recente proposta de Orçamento do Estado para 2026, que, alegadamente, "ignora o setor automóvel". Em causa está a atualização da norma aplicável às viaturas novas, nomeadamente o padrão 'Euro 6', que eleva o limite de emissões de CO2 para 50 g/km a 80g/km. Roberto Gaspar afirmou que esta alteração não está acompanhada de uma revisão da tributação automóvel, o que poderá penalizar o mercado.

A ANECRA considera que as políticas de Bruxelas em matéria de transição energética exigem o envolvimento direto do Governo para a sua adaptação no contexto português. A associação defende que o País deve capitalizar o apoio seletivo para a aquisição de viaturas elétricas e híbridas plug-in, nomeadamente através da isenção de IVA e da dispensa de tributação autónoma no mercado empresarial.

O Foco na Eletricidade

O Secretário-Geral da ANECRA destacou que os dados do mercado indicam um crescimento significativo de alternativas menos poluentes. Em 2024, 22 % das viaturas novas vendidas foram 100% elétricas e quase metade já se encontrava eletrificada. No entanto, o parque automóvel circulante em Portugal, com 6,2 milhões de veículos, apresenta apenas 2,2 % de veículos elétricos.

O Secretário-Geral da ANECRA reconheceu o esforço dos empresários do setor, que investem em incentivos positivos. Contudo, defende que a maioria dos particulares opta por veículos com motor de combustão, uma realidade que deve ser reconhecida pelas políticas públicas.

É fundamental que os decisores políticos adotem uma visão mais abrangente e articulada, que vá além do foco exclusivo na eletricidade, garantindo o apoio necessário a um setor crucial para a economia e para as contas públicas do País.

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