A União Europeia não tem energia limpa, em quantidade suficiente, para uma transição direta para os veículos 100% elétricos. É a posição da Comissão Europeia, nas palavras de Adina-Ioana Vălean, comissária europeia para os transportes. Uma posição que surge na mesma semana em que o parlamento português aprovou uma redução nos incentivos a estes automóveis.
Num evento que decorreu esta semana, sobre o futuro da mobilidade, promovido pelo Financial Times, Adina Valean defendeu que os veículos híbridos “são uma excelente solução para o momento atual”. Não temos infraestrutura nem eletricidade limpa suficiente para uma transição direta para os veículos 100% elétricos, e temos de descarbonizar rapidamente”.
Recordamos que os veículos híbridos e híbridos plug-in têm sido um dos principais pilares da indústria automóvel, na estratégia de transição energética e redução das emissões de CO2. Só este ano, na União Europeia já foram vendidos mais de 500 mil veículos híbridos plug-in.
Veículos híbridos debaixo de fogo
Apesar dos veículos híbrido (HEV) e híbridos Plug-in (PHEV) anunciarem emissões e consumos mais baixos do que os veículos somente equipados com motor de combustão, esta solução parece não ser do agrado de todos.
Emissões
Os 15 maiores navios do mundo emitem mais NOx do que todos os automóveis do planeta Organizações não governamentais como a Federação Europeia de Transportes e Meio Ambiente, Greenpeace, ou em Portugal, a Associação ZERO e o partido PAN – Pessoas Animais e Natureza, defendem tendencialmente o fim dos incentivos a estas tecnologias.
A Comissão Europeia, por outro lado, tem sido mais cautelosa. Adina Valean pediu, em declarações ao Financial Times, “moderação na exclusão desta solução”, acrescentando que esta tecnologia é “muito bem-vinda” no combate às emissões de CO2.