Startup portuguesa Miio arranca com os pré-pagamentos de carregamento de automóveis sem ser necessário contrato com um comercializador. Solução pode chegar a toda a Europa.
Carregar a bateria de um carro elétrico vai ser tão fácil como pôr combustível. A startup portuguesa Miio criou uma solução de pré-pagamento que permite a qualquer utilizador chegar a qualquer um dos mais de 1400 postos de carregamento de acesso ao público da rede Mobi.E e dar energia ao veículo sem ter um contrato com um comercializador para a mobilidade elétrica (CEME).
Em fase experimental, a solução Miio Pay estará disponível a partir de 30 de abril para condutores residentes e turistas.
“Até agora, tínhamos de esperar pelo contrato e pelo cartão físico para depois carregarmos um carro. Neste momento, não precisamos de contrato nem de cartões”, assinala ao Dinheiro Vivo a líder da Miio, Daniela Simões. A aplicação móvel é de acesso gratuito para os utilizadores de telemóveis com sistema operativo Android (Google) e iOS (Apple).
Após a instalação, o utilizador escolhe o posto onde se encontra e indica com que valor pretende carregar. A aplicação sugere uma tomada e calcula imediatamente o preço estimado do carregamento, já com os valores cobrados pelo comercializador, o operador e os impostos.
O pré-pagamento pode ser feito com cartão de crédito ou através da aplicação MB Way. Se o utilizador tiver de interromper a operação, o valor por consumir ficará disponível na próxima utilização.
O desenvolvimento desta solução apenas é possível porque os postos de carregamento de acesso ao público em Portugal estão reunidos na rede Mobi.E. A empresa pública passou a usar um protocolo aberto de comunicação europeu (OCPI, na sigla original) e pode servir como rampa de lançamento para a Miio lançar o serviço de pré-pagamento em toda a Europa.
“A solução que nós desenvolvemos para Portugal pode comunicar com qualquer rede e é igual à que vai ser desenvolvida para qualquer país na Europa. Isto alinha a nossa vontade de nos internacionalizarmos com aquilo que podemos fazer em Portugal.”, destaca Daniela Simões.
A chegada desta tecnologia à Europa poderá implicar mais investimento em contratação de pessoal ou a nível financeiro “se quisermos penetrar num mercado onde já exista uma outra aplicação ou a comunidade seja mais resistente à mudança. Na Europa, as redes estão mais segmentadas do que em Portugal”.
Antes do pré-pagamento, a Miio já permitia ativar os postos de carregamento públicos com um cartão virtual no telemóvel. Embora fosse precise assinar um contrato com um CEME, não era necessário esperar vários dias até receber um cartão físico em casa para ativar a tomada.
Estas soluções respondem às queixas do Tribunal de Contas europeu. Esta entidade recomendou a utilização de cartões de crédito e o uso de aplicações móveis que não impliquem contratos com comercializadores, segundo um relatório divulgado na semana passada.
Bater o pé às gigantes
Foi com a missão de “simplificar a mobilidade elétrica” que Daniela Simões e Rafael Ferreira começaram a desenvolver Miio em abril de 2018, dentro da startup Muvext, incubada na
Universidade de Aveiro. Daniela e Rafael são dois antigos alunos de engenharia informática daquela instituição e utilizadores de veículos elétricos.
Fonte: Dinheiro Vivo
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