Segundo o jornal Expresso, novembro entrou na história da indústria metalúrgica lusa como o quarto melhor mês de sempre na frente exportadora, com um registo de 1,79 mil milhões de euros, mais 3,1% do que em 2019, anunciou na terça-feira a associação sectorial AIMMAP.
“Num ano especialmente difícil e desafiante, o METAL PORTUGAL volta a dar mostras da sua dinâmica e resiliência”, diz a associação que apresenta no balanço dos primeiros 11 meses de 2020 exportações no valor de 15,8 mil milhões, o que representa um decréscimo homólogo de 13,1%, a indicar que “há ainda um longo caminho a percorrer para recuperar do impacto que a pandemia e as medidas restritivas à circulação tiveram nas exportações, sobretudo no primeiro semestre”.
Para esta quebra pesaram em especial mercados tradicionais do sector como Alemanha, Espanha, França, Itália, Reino Unido e Estado Unidos da América. Mas a par desta tendência, as empresas foram diversificando mercados e países como o Japão, Turquia, Roménia, Taiwan, Austrália e Coreia do Sul têm assumido maior relevo nas vendas do sector. Aliás, “as exportações para fora da União Europeia têm crescido 21,4% e os primeiros seis países que registaram maior crescimento das exportações são fora da União Europeia”, diz a AIMMAP.
A recuperação é transversal à maioria dos subsetores, com destaque para a indústria automóvel, “quer a nível de ligeiros, uma vez que em muitos países, com a pandemia, as famílias evitam transportes públicos e preferem meios de transporte próprio, quer pesados, um segmento que está a ser potenciados pelas cadeias logísticas necessárias para dar resposta à explosão do consumo online”. “O material de transporte incluindo componentes foi responsável por 39% do aumento verificado em novembro deste ano face a novembro 20192.
“Não nos surpreende a recuperação magnífica que o Metal Portugal teve nos últimos 6 meses do ano transato. Ainda esperamos pelos resultados do mês de dezembro, mas, apesar de ainda se estar a pagar o fortíssimo impacto que a pandemia e as medidas restritivas tiveram ao longo do primeiro semestre, são já visíveis os frutos das caraterísticas verdadeiramente diferenciadoras deste setor, que não só resistiu à crise, como teve a capacidade e agilidade de rever processos, continuar a apostar na inovação, e redirecionar exportações redescobrindo novos mercados”, afirma Rafael Campos Pereira, vice-presidente da AIMMAP.
No seu comentário ao desempenho do metal luso até novembro, o dirigente associativo não esquece uma referência “ao papel central que o Metal Portugal tem para a economia nacional, desempenhando nesta altura um motor essencial em movimento contraciclo”.