De acordo com o 12.° relatório do Observatório INDICATA, as vendas totais de automóveis usados em Portugal cresceram 21,2% no mês dezembro de 2020 comparativamente ao período homólogo de 2019.
As vendas de automóveis usados subiram 21,2% em dezembro de 2020 em relação a igual mês de 2019, tendo completado sete meses consecutivos de crescimento das vendas face ao ano anterior.
No entanto, o início da pandemia fez com que Portugal sofresse das maiores quebras nas vendas de usados a nível europeu, uma vez que a descida foi de 37,6% em março de 2020 e de 64,4% em abril de 2020.
Já no mês de maio de 2020, as vendas de automóveis usados também registaram uma queda de mais 9,7% em relação a maio de 2019, deixando um défice demasiado grande para recuperar e levando a que as vendas de usados para todo o ano de 2020 descessem 2,8% face a 2019.
Contudo, o problema parece ter estado mais do lado da oferta do que da procura. A escassez de stocks foi, de resto, tema recorrente para o mercado português durante grande parte do ano transato. No entanto, até final de 2020 os níveis de stock estavam a recuperar e, em geral, o stock foi 4,2% superior ao início do ano, ainda que pareça ter sido insuficiente para satisfazer a procura.
Níveis de rotação de stock subiram
Com o mercado automóvel fortemente influenciado pelo seu regime fiscal, os veículos de alta cilindrada e elevadas emissões de CO2 continuaram a ser indesejáveis. A rotação de stock nos veículos a gasolina aumentou 36% em dezembro de 2020 face ao mesmo período do ano anterior, situando-se, agora, nos 5,2x, enquanto as vendas de automóveis usados a gasolina aumentaram 65%, indicando, claramente, as restrições ao stock, nomeadamente nos veículos a gasolina mais pequenos.
As vendas de automóveis usados aumentam nos BEVs (+101%) e híbridos (+91%) juntamente com os níveis de rotação de stock de 3,7x e 3,6x, respetivamente, quando comparados com os níveis do ano anterior, demonstrando, também, pressões de abastecimento nestas motorizações.
O índice de preços do Observatório INDICATA baseou-se numa amostra constante e consistente de veículos. Por conseguinte, seria de esperar um movimento de paulatina descida dos preços médios devido ao ciclo de vida natural do produto, o que não se verificou em Portugal desde maio, devido à escassez de stocks. Apesar dos bloqueios, o fornecimento limitado de veículos usados continuou a manter estáveis os preços dos mesmos.
O relatório completo, que mostra a realidade em 12 países europeus, pode ser consultado aqui.