A Gasolina Mantém a Liderança e os Elétricos Perdem Fôlego no Mercado Europeu de Usadosl

O mercado de veículos usados na Europa entrou numa fase de normalização selectiva, onde a gasolina se mantém como a escolha preferencial dos consumidores e os elétricos enfrentam desafios significativos. De acordo com a edição de setembro do Observatório INDICATA, o setor assiste a um recuo de preços e a uma crescente divergência, que depende do tipo de motorização e do país.

A gasolina consolida a sua posição como um valor seguro, especialmente nos segmentos compacto e urbano. A ampla disponibilidade de modelos e os custos de utilização controlados refletem a confiança do consumidor, o que se traduz em baixos níveis de tempo médio de venda. Em contraste, o gasóleo revela uma Europa a duas velocidades: o motor é ainda fundamental em países como a Alemanha, Itália e Polónia, mas enfrenta uma forte pressão em outras regiões devido a políticas fiscais e ambientais.

Já os veículos elétricos puros (BEV) e híbridos plug-in (PHEV) lutam para ganhar tração no mercado de usados. A sua acentuada desvalorização e as dúvidas sobre a durabilidade das baterias diminuem a sua atratividade, resultando em prazos de venda mais longos e uma maior pressão sobre os valores residuais. A mensagem para os profissionais do setor é clara: enquanto os motores de combustão oferecem previsibilidade no curto prazo, a competitividade dos eletrificados a médio prazo dependerá do reforço da confiança do consumidor e de políticas públicas de apoio.

Em Portugal, o mercado de usados apresenta uma das subidas de preço mais moderadas da Europa, um sinal que reflete o foco em veículos mais acessíveis. O Peugeot 2008, o Peugeot 208 e o Renault Captur foram os modelos com menos de 4 anos mais vendidos, enquanto o MG HS/EHS, o Hyundai Bayon e o Volkswagen Polo foram os que mais rapidamente encontraram comprador. Estes dados confirmam a procura por propostas com preços competitivos e custos de utilização equilibrados.