Stellantis | Novo gigante do setor automóvel

A fusão entre o Groupe PSA e a FCA tornou-se efetiva no passado dia 16 de janeiro de 2021.

Foi nos últimos meses de 2019 que o Groupe PSA e a FCA (Fiat Chrysler Automobiles) anunciaram a sua intenção de se fundirem. Ao fim de pouco mais de um ano — mesmo tendo em conta a disrupção provocada pela pandemia —, o processo de fusão está formalmente concluído e a partir do passadodia 16, as marcas Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citröen, Dodge, DS Automobiles, Fiat, Fiat Professional, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, Ram e Vauxhall passam a estar todas juntas no grupo STELLANTIS.

A fusão resulta num novo gigante automóvel com vendas mundiais combinadas de 8,1 milhões de veículos que garantirá as sinergias e economias de escala necessárias para ultrapassar mais eficazmente os desafios inerentes à transformação pela qual a indústria automóvel passa, sobretudo ao nível da eletrificação e conectividade.

As ações do novo grupo começaram a ser negociadas ontem, dia 18 de janeiro de 2021 na Euronext, em Paris, e no Mercato Telematico Azionario, em Milão; e a partir de hoje na New York Stock Exchange, com o símbolo de registo “STLA”.

A liderar o novo grupo Stellantis teremos o português Carlos Tavares que será o seu CEO (diretor executivo). Um desafio à altura de Tavares que após ter chegado à liderança do Groupe PSA, quando este se encontrava em sérias dificuldades, transformou-o numa entidade lucrativa e uma das mais rentáveis da indústria, com margens superiores a muitos outros grupos.

Caberá agora a ele conseguir atingir tudo o que foi prometido, como a redução de custos na ordem dos cinco mil milhões de euros, sem que tal signifique o fecho de fábricas.

De acordo com o agora ex-CEO da FCA, Mike Manley — que passará a ser o responsável máximo da Stellantis nas Américas — a redução de custos dever-se-ão, essencialmente, às sinergias entre os dois grupos. 40% resultarão da convergência de plataformas, cadeias cinemáticas e otimização dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento; 35% das poupanças em compras (fornecedores); e 7% em operações de vendas e despesas gerais.

Além da delicada orquestração interna entre todas as marcas que compõem a Stellantis — será que assistiremos ao desaparecimento de alguma? —, Tavares tem de dar a volta a questões como a sobrecapacidade industrial do grupo, a inversão das fortunas na China (o maior mercado automóvel do mundo), e a galopante eletrificação pela qual a indústria hoje passa.